Recentemente falamos sobre como a Governança Corporativa e a Gestão por Processos podem ser a chave para a recuperação judicial de empresas. E você, leitor que nos acompanha, sabe que elas são ferramentas essenciais às organizações, para efetividade de seu planejamento estratégico e para a melhoria contínua de suas atividades rotineiras.
Aliadas, essas duas ferramentas podem ser responsáveis pela resolução dos problemas enfrentados na gestão hospitalar, por exemplo. Como bem destaca o administrador e membro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, Roberto Sousa Gonzalez, em entrevista concedida à Revista FH, a Governança Corporativa facilita a efetividade dos controles internos e prevê o desenho de diretrizes e o aprofundamento estratégico, colaborando para a excelência na gestão hospitalar. “A governança corporativa é importante porque tem papel de profissionalização tanto de empresas familiares quanto das multinacionais. Dessa forma, é importante toda instituição de saúde ter uma estrutura mínima com, por exemplo, um conselho de administração no qual o fundador pode deixar a gestão para os profissionais do setor definirem diretrizes – não só médicos, mas também administradores, gestores de risco, entre outros -, porém ele deve criar mecanismos de controle destes gestores. E ter os comitês para se aprofundar em assuntos estratégicos para os hospitais”, explica Gonzalez na matéria citada.
O administrador que acaba e lançar o livro “Governança Corporativa: o poder de transformação das empresas” ressalta que, para a prática efetiva da política de governança corporativa, é de extrema importância que a alta gestão esteja tão envolvida quanto os demais colaboradores do processo. É fundamental que todos adotem papel ativo diante das responsabilidades que lhe são impostas. Segundo ele, o médico deve saber ouvir e aceitar que profissionais de outras especialidades possam contribuir com seu conhecimento e percepção dos processos, pois isso irá estimular a melhor gestão da entidade.
Nesse sentido, os processos se mostram essenciais por serem responsáveis pela construção e continua adaptação do planejamento estratégico às variáveis do ambiente em que estão inseridos como ressalta Marcos Luz da Costa Carvalho, especialista em diversas áreas da Gestão, entre elas Gestão da Qualidade e Gestão Estratégica para Alta Administração, também em entrevista à Revista FH. “A particularidade na gestão hospitalar é que as variáveis do ambiente e a exigência das pessoas mudam com mais frequência. Elas são mais controladas por agentes externos e se a empresa deseja atingir os próprios objetivos, gerando valor no tempo, deve modificar as linhas de ação por meio de um planejamento estratégico”, analisa o especialista em gestão. Tal planejamento deve estar articulado em, entre outras ações, realizar sua estratégia alinhada com os processos, projetar um sistema de controle adequado e integrar organização, gestão e controle.
Quais os principais investimentos para melhoria na gestão hospitalar?
Para Gonzalez, a presença de um profissional especializado e a utilização de ferramentas no tratamento de não conformidades atuando para a gestão de risco é o que garante que os diversos atores tenham essa participação efetiva. Como resultado desse investimento em planejamento e ferramentas de controle, ganha-se agilidade e facilidade na implantação e adaptação das pessoas aos processos por meio da troca de conhecimentos e experiências.
Onde obter informações complementares sobre Governança Corporativa
Outro fator destacado por ele diz respeito à disseminação de boas práticas por meio dos códigos que regem a Governança Corporativa no Brasil, como é o caso do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) que rege a atuação de agentes externos da governança nas auditorias de processos em que é relevante a apresentação das informações de forma clara e transparente, sendo este considerado o fator de resolução dos problemas do setor de saúde do país.